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Termino hoje as férias. Regresso quarta-feira ao trabalho (amanhã estoude folga...).
Sinto-me tão eu como há muito não me sentia. Acordada. Focada. Feliz. Genuinamente feliz.
Sem estar exausta, ou a morrer de sono.
Sei que quando chegar à loja vou ter um choque qualquer de realidade e vou voltar a vestir a pele de guerreira que tenho enverado há meses. Porque sei que vou precisar dela. Porque a Marina leve que hoje vos escreve não é dura o suficiente.
Sei que esta aura de paz que criei é ténue como um nevoeiro e que pode desaparecer em breve. Mas, valeu a pena mergulhar e mergulhar dela 10 doces dias.
Pedi o medo de ler. Tenho tentado escrever. Tenho feito flores de papel. Enviado postais.
Voltei a lugares onde sou sempre feliz, voltei ao exercício. Equilibrei-me.
Tenho sido a Marina que sou, em vez da Marina que criei.
Foram umas valentes férias de mim, com regresso a mim mesma. É uma pena terem que acabar…
Beijas-me a pele rosada, aquecida pelo sol. Sorris-me. Rio-me para ti com o corpo todo numa gargalhada salgada de mar.
Pergunto-me se me vais querer beijar a pele cansada e amarga depois de outro dia em que desejo tudo menos ser beijada. Quando o sol se puser e chover. Quando as lágrimas substituírem o riso. Quando o tempo mudar e me for inverno.
Ainda me vais querer beijar quando for o meu lado negro o que beijas?
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