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Lembro-me de ser tarde.
Mas, depois, estupidamente, olhei-o nos olhos, e o tempo deixou de ser relevante.
É cedo, pensei. Era difícil pensar quando todo o conteúdo do meu cérebro era gelatinoso, fugidio.
Vi-o dar um passo em frente - aquele derradeiro passo que teimava em manter-nos afastados. Os seus, braços longos e gelados, rodearam-me a cintura e senti-me pequena.
Nuno respirou fundo. Tinha os olhos num tom claro de verde. Nunca os tinha visto assim., ou, talvez, nunca o tivesse visto de tão perto. Nos seus lábios formou-se um sorriso.
Sorri também. Ali, naquele ninho que ele formara em meu redor, não precisava de ser forte. Podia ser frágil. E, talvez, de quando em vez, devesse ser assim - frágil.
Nuno aproximou-se mais de mim, e, esqueci todas as minhas conjeturas quando uniu os seus lábios aos meus. Outra vez. Pela primeira vez sem arrependimento.
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