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Faço uma micro pausa no estudo e ligo a televisão. Volto a colar o olhar no que estava a estudar.
“Ele faz o meu tipo de homem", afirma veemente uma voz.
Olho para a televisão subitamente interessada (tudo é mais interessante do que o meu power point de direito laboral).
"E qual é o seu tipo de homem?", pergunta Teresa Guilherme tão interessada quanto eu.
"Ai não sei... Com tatuagens e que gosta de futebol".
O rapaz a quem se tece o elogio (?) sorri abertamente, feliz, pois claro.
Abano a cabeça. Há alturas em que percebo o porquê de não ter namorado.
Apago a televisão. Volto ao direito laboral…
Não. Não a contagiei com a loucura comedida que me caracteriza, não.
Como estudante do nono ano de escolaridade a minha irmã, terá de ir a sessões de aconselhamento com a psicóloga, para que esta a auxilie na escolha de área a estudar no décimo.
Ontem a minha mãe teve uma reunião na escola sobre o assunto - coisa nova, no meu tempo fomos ter com uma senhora a uma sala e fizemos a terapia e ponto final -, e a coisa foi bem demorada.
Os pais desesperam, os filhos querem todos ser médicos e o caso é perigoso (a minha irmã não quer ser médica, ela só quer mesmo net e ainda não descobrir que profissão isso a vai levar).
E eu, perante tais acontecimentos rio-me bandeiras despregadas: encaremos os factos - tem graça! Esta coisa da psicóloga é engraçada!
Há uns dias, encontrei, numa gaveta, meio perdido (ok, totalmente perdido), o meu ficheiro e lembrei-me o quanto me diverti naquelas reuniões da psicóloga. Não que a coisa tivesse piada por si só - mas porque eu usava demasiado a minha imaginação. Quando me pediam para projetar a minha vida e a desenhar numa linha do tempo, fartava-me de viajar, ter filhos e descobrir múmias, enquanto passeava pelo Egipto. Por fim, a opinião da senhora era simples: sabia muito bem o que queria da vida. Porém o que ela deveria ter diagnosticado era excesso de imaginação (problema que ainda hoje tenho – ao que parece é incurável).
Claro que não fiz nada do que ela me aconselhou: foi para ciências, sendo que depois me licenciei em jornalismo (nada a ver, eu sei!)
Mas, nunca me arrependi dos caminhos mais ou menos sinuosos por que optei: foram divertidos e únicos, e com eu, indefinidos e confusos.
Por isso, miúdos, divirtam-se e não levem esta coisa demasiado a sério, não vale a pena! E eu, errantemente divertida, sou a prova viva que esta não é a escolha mais difícil de uma vida: não é mesmo.
(Estou cansada... tão cansada...)
Conheçam o meu projeto, a Fuga, a revista cultural para jovens, que eu criei de raiz para "Projeto em Jornalismo".
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