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Há um ano aterrava em Londres. O cheiro a mudança estava empregando no ar. Mas, nós, cheios de sonhos, embriagados de vontade de viver não o sentíamos. Não ainda.
Fui imensamente feliz naqueles dias. Verdadeiramente.
Quando regressamos, o mundo, tal como achava que o conhecia estava de pernas para o ar. O mundo, conforme o conhecia, nunca mais seria o mesmo.
O mundo está congelado no metro de Londres. Em Piccadilly. No Soho ou em Camden. Num sorriso perdido em Shoreditch ou Brick Lane. Num flor do Mercado de Columbia Road.
O meu mundo, tal como achava que ele seria, está congelado em Londres.
Sinto muita falta do sabor da liberdade. Do sabor de novas aventuras. De apanhar aviões, roer as unhas e comer com as mãos.
Quando tudo acabar, quero voltar a londres Para descongelar isto.
Viajo para fugir de mim.
Das ideias que tropeçam e se misturam num emaranhado de invenções confusas. Do coração que falha batidas por estar desassossegado por alguma coisa que nunca descubro o que é. Do dia-a-dia que me engole e consome.
Viajo para me esquecer. Para ser só eu. Sem conhecidos e obrigações. Sem planos e sem horas. E, para algures na viagem de retorno me encontrar diferente.
Dou tudo de mim aos meus destinos, para vir cheia de mim nos meus regressos. Mais vazia e mais cheia de mundo.
Viajo sempre para me perder porque sei que no reencontro serei uma versão melhorada.
Nunca descanso nas férias. Porque não sei parar. Porque se pensar muito em todo o que me rodeia, não quero nada a rodear-me.
Preciso sempre de sair. Para voltar cheia de tudo o que me dá alento para ficar. Até voltar a sair.
Sou bem menina para ter derramado uma lagrimita...
Acabei de sair do trabalho e daqui a umas horas apanho um avião para Bruxelas.
A vida é boa ❤️
Sempre que o tempo muda, os dias ficam mais curtos, as luzes das ruas se acendem, sempre que me cheira a chá e a canela, fico com bichos carpinteiros que quero meter-me num avião...
O tempo não existe e eu sinto-me viva.
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