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Tranquei as minhas portas.
Pus grades nas janelas. Reforcei as fechaduras.
Apaguei as luzes. Vendi os despojos.
Aluguei os sentimentos. Bloqueie as lágrimas. Prendi o medo na rua.
Comprei todo tempo do mundo, e ele trouxe a eterna solidão.
Continuo em arrumações permanentes no meu sótão, enquanto a vida espera pacientemente, lá fora.
Procuro o que já não existe, o que sombra roubou, o que, com o passar dos anos, se transformou em doce memória.
Mas, não desisto. Pois sei, que algures, me encontrarei.
Com teias no teto.
Com pedras no sapato.
Com macacos no sótão.
Perdida nos caminhos dos outros.
Adormecida nos velhos comboios sem destino.
Navegadora de marés vivas.
Vivendo as perfeitas e luminosas simetrias dos outros.
Pedaço, Retalho, Mancha, Livro, Página, Capítulo...
Nada... Todo...
Não Pedra. Apenas Humana. Simplesmente pena...
Suave e Dura. Brisa e Furacão. Grão de Areia e Deserto.
Nem Sim, nem Não... Talvez...
Uma e outra vez.
Sempre...
(foto da minha autoria)
PS - Este post serve para explicar um bocadinho o novo visual do blog (inteiramente criado/fotografado por mim) - uma espécie de auto-retrato de alguém que é uma pedra, mas, que no fundo, bem lá no fundo, é apenas uma pena...
Toquei as raias do desespero
Teci com as malhas da dor.
Fiei fios de lágrimas.
Tratei o sofrimento por tu, fomos os melhores amigos.
Bebi o medo.Sonhei a morte. Vivi o tormento.
Mas, foi lá que vi o amor na sua forma mais pura.
Foi, enquanto a guerra imperava, que descobri pela promeira vez que o amor era incondicional. Que nada mais importava e que independemente de tudo, de todas as mágoas passadas, o amor impera, sobrevive, guia, aumenta, cura, alimenta, prolonga e propaga a vida.
Amor, foi um prazer conhecer-te.
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