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Queria ter a força e vontade que os outros têm em desistir. Ou simplesmente ter a sua inteligência para o fazer.
Gostava de puder accionar o botão que eles têm para desactivarem os sentimentos.
Queria apenas esquecer-te de um modo descartável. Apagar, amassar ou deitar fora.
Mas, não posso. Não consigo enquanto me mantiveres tua prisioneira. Na tua mão.
Gostava que me soltasses. Que me deixasses voar. Que me deixasses ir…
Ou gostava de ser suficientemente forte para cortar as cordas que me prendem a ti. As mesmas que eu ajudei a prender, e agora ajudo a que não caiam. As cordas imaginárias que eu inventei.
Queria tanto que desaparecesses. Ou então, queria ser capaz de te fazer desaparecer.
Por favor, desaparece da minha mente. Do meu coração. Do meu pensamento. Deixa-me. Faz-me esquecer-te. Não alimentes o que desnutrido está. Sai da minha vida. De uma vez por todas. É apenas isso que eu quero - esquecer, quem já não amo...
Eu e o meu mais que tudo estamos com problemas conjugais.
Tudo começou há pouco tempo atrás, quando ele insistiu que estava cansado e queria fazer uma pausa quando eu mais precisava dele.
- Mas eu preciso da tua ajuda. Do teu apoio! – tentei explicar-lhe.
Mas, ele simplesmente desligou.
Sem mais alternativas, não pude resistir ao outro, quando ele me deixou.
Depois seguiram-se as lamúrias, as queixas, os amuos e as discussões.
Decidimos dar um tempo, e as coisas resolveram-se. Mas, sem que nada o fizesse prever ele voltou a mesmo: aos bloqueios inexplicáveis.
Agora estamos a tentar, uma vez mais, umas tréguas.
Parece estar a resultar… e é bom que resulte! Não há fundos monetários para terapias de casal, quanto mais divórcios!
E mesmo sabendo, meu amor, que um dia serás apenas um tributo aos velhos Toshiba, por agora vamo-nos amando, até quando a tua motherboard nos deixar.
Queria voltar a ser criança. Voltar a pensar, a sentir tudo como na infância.
Queria aquela leveza e alegria. Queria de volta aquela visão simplificada do mundo.
Queria que, quando me perguntassem se estava bem eu apenas pudesse responder: “Sabes quando caí no passeio e fiz aquela ferida no joelho, que me doía muito? Agora é igual. Sinto a mesma coisa. Mas é no peito. Mãe, acho que me dói o coração…”
E quando me perguntasse há quanto tempo sentia esta dor, simplesmente responderia “ Não sei. Mas o meu cabelo cresceu muito desde essa altura”.
E assim, tudo seria mais fácil…
(Sim, esta sou eu e a minha fiel amiga, a Ursite)
Queria ter-te conhecido numa manhã fria de Inverno.
Que nos víssemos pela primeira vez e que o mundo parasse, e houvesse calor; e que esse calor fosse emanado pelos nossos corações.
Queria que pensasses em mim, e no nosso encontro furtivo vezes, e vezes sem conta. Que sonhasses comigo, e que me amasses em sonhos, tal como faço contigo.
Gostava que nos apaixonássemos de forma saudável. Que o nosso amor fosse crescendo, e crescendo, até que não coubesse mais no peito.
Gostava que o nosso primeiro beijo foi debaixo de temporal, e que encharcados até à alma percebêssemos que não conseguíamos viver um sem o outro.
E, pedir-me-ias em casamento ao pôr de sol, de joelho no chão e lágrimas nos olhos.
Depois casaríamos, e viveríamos numa casa pequenina, com um portão azul e floreiras.
Eu, fazer-te-ia o jantar, e tu acenderias as velas que iluminariam a nossa refeição.
Nos nossos serões eu, enroscada em ti, ler-te-ia romances que ao lado do nosso pereceriam patéticos, enquanto tu brincavas com o meu cabelo.
As nossas discussões acabariam com um beijo fervoroso. E à noite, adormeceria nos teus braços e a sincronia das nossas respirações seria perfeita.
Andaríamos à chuva e lá brincaríamos como crianças. Riríamos sem motivo, e as palavras seriam desnecessárias. Eu saberia o que estavas a pensar, e tu avinharias os meus pensamentos.
Amar-te-ia para sempre, e tu morrerias por mim.
Trataríamos a felicidade por tu, e viveríamos um sonho, de que nunca haveríamos de acordar...
Sinto-me cansada. Tão, tão cansada.
Cansada de ser forte, de sorrir, fingir e mentir.
Cansada de não chorar, de ser ponte, ombro amigo e deposito de mágoas.
Estou cansada de sustentar expectativas e sonhos que, mais cedo ou mais tarde, irão desaparecer como fumaça.
Farta das minhas desculpas, medos e solidões.
Farta de ti, de te alimentar, de alimentar esta invenção que criei dentro de mim, em teu redor
Estou exausta. Tão, Tão exausta…
Mas, acima de tudo, estou cansada de segurar o mundo dos outros, ao mesmo tempo que tento manter o meu a girar.
Já passa...
Teias de pensamentos complexos.
Sonhos incompletos, inacabados, impossíveis.
Monstros e anjos de mãos dadas.
Amores perdidos, não encontrados.
Vidas suspensas. Paradas.
Mundos a preto e branco.
Reinos de Faz-de-Conta. Princesas Adormecidas, Belas em torres.
Madrastas. Caçadores.
E Príncipes. Sapos e Encantamentos.
Magias e Assombrações.
...
Fechos os olhos e bloqueio-te da minha mente.
Adormeço, sem ti…
(Foto da minha autoria)
Nunca fui como todos.
Nunca tive muitos amigos.
Nunca fui favorita.
Nunca fui o que meus pais queriam.
Nunca tive alguém que me amasse.
Mas tive somente a mim.
A minha absoluta verdade.
O Meu verdadeiro pensamento.
O meu conforto nas horas de sofrimento, não vivo sozinha porque gosto e sim porque aprendi a ser só.
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