Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ao longo da minha vida, não são muitas as coisas que me possa orgulhar de ter acabado – os anos não são muitos, as oportunidades não abonam. Porém, mesmo assim, são escassas as empreitadas de aguentei até à conclusão. Tudo é demasiado pesado, e cansa, ó se cansa, e eu, tal como todos os outros abandonei e risquei os planos, saindo rumo a novos projectos.
Mas, deste, posso com toda a certeza sentir-me orgulhosa. Orgulho-me de todos os momentos – dos que me senti demasiado cansada, dos que me quis abandonar o barco, e dos que, com forças sobrenaturais, e contra todas as expectativas consegui ultrapassar e continuar. Independentemente dos erros, falhas, e incoerências – que as há, sinto-me (mais do que) satisfeita com o resultado final.
A Brianne – personagem fictícia que me apareceu em mãos num momento de solidão, foi mais do que uma amiga imaginária, foi uma companheira. Nos momentos que sentia mais só que sozinha, ela estava lá – na minha mente, no meu coração, e há distância de uma página em branco. E assim, trocava o meu mundo complicado e errático, pelo dela, um mundo fantasioso e irreal.
Na verdade, a Brianne ensinou-me tanto, que se fosse real, de carne e osso, estaria em dívida para com ela o resto da vida. Gostava de conseguir provar apenas a sua crença cega nos objectivos e sonhos, e sua coragem, e o amor, o amor sem medida com que se entregava a tudo.
Brianne – minha gémea de tinta e papel, Obrigada por tudo!
"You're always there, you're everywhere
But right now I wish you were here"
Ao longe, da outra ponta do sofá, a minha irmã mostra-me uma foto de um grupo de crianças, a partir do seu computador.
- Mana! – diz ela de modo alarmado, apontando para o ecrã. – Vê isto!
- Onde estás tu? – pergunto enquanto percorro a foto de olhos semicerrados, sem a encontrar.
- Sou esta! – aponta ela para uma figura enquanto se ri.
- O que é que tens cabeça? – pergunto – Não é aquele chapéu que o pai tem no carro?
- Mana é cabelo!
Soltamos uma gargalhada.
Nota mental: Nunca confundir cabelo em abundância com chapéus do pai.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.