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Gosto de cozinhas. Do cheirinho de um bolo acabado de fazer.
Gosto de juntar farinha, ovos e açúcar e criar belas sobremesas. Gosto de ver a expectativa tomar conta de mim enquanto espero pela reacção de quem prova as minhas iguarias.
Gosto de tartes, queques, mousses e doces de ovos. Gosto de os confeccionar e de que os outros os comam, e sorriam.
Gosto de ter farinha no cabelo e açúcar colado à camisa.
Gosto da alegria que os fornos me dão, e gosto da felicidade e aconchego que a comida oferece…
(Foto da minha autoria: Tarte de Abóbora)
Um dia podemos colidir e fazer o mundo parar. Juntar as nossas existências e explodir como fogo-de-artifício.
O céu será nosso, e teremos o mundo na nossa mão.
Um dia seremos pó brilhante caído pela cidade. Abençoaremos os amantes e os tristes.
E juntos, cairemos nos terrenos, proliferando as nossas existências.
Um dia podemos colidir, tal qual fogo-de-artifício, e fazer o mundo parar.
O tempo não perdoa.
Este ano, não foi o meu ano...
MAS, um dia, as minhas Lembranças estarão em cima das vossas mezinhas de cabeceira...
Com mais, ou menos vontade, todos desejamos ser recordados. Desejamos deixar a nossa marca aqui, para que um dia todos saibam que existimos.
Desenterrar fósseis e desvendar o passado? Correr a maratona? Ganhar uma medalha olímpica? Prever o futuro?
Cada um na sua área, com a sua preferência e personalidade, quer deixar uma “pegada” no mundo.
Quanto a mim, nunca sobre bem onde queria estar. Num palco? Ouvir milhares de pessoas cantarem em coro uma das minhas músicas? Ouvir os aplausos da audiência, depois de me estriar no teatro?
Mas, e com muita pena minha, não conto, nem represento…
Passei horas e horas a supor. A divagar. O que eu deveria eu fazer realmente? O que eu gostaria de fazer toda a vida, o que me daria prazer…
E então, no meio de um processo sem precedentes, percebi que, acontecesse o que acontecesse, para onde quer que a vida me levasse, nunca queria passar um só dia sem escrever.
Quero ser recordada como aquela que escrevia. Aquela que lia mentes, amarava e tocava no coração com a sua escrita. É nas letras que eu quero fazer a diferença.
A ver vamos…
Sabe bem terminar uma fase, acabar um capítulo com a certeza de que o nosso melhor fica retratado naquelas páginas que acabamos de escrever. Que os momentos da nossa glória ficam ali marcados, a tinta e amor.
Sabe bem, que mesmo no finalzinho, em nota de rodapé, da última das folhas, haja um comentário favorável à nossa prestação como actores principais de todo o enredo
O reconhecimento, sim esse que sempre desejamos tratar por tu, ali, em poucas linhas. Verdade. Realidade.
Sim, sabe mesmo bem alguém achar que somos bons no que gostamos de fazer.
(E assim terminei hoje o estágio, com uns belos 18 valores e umas promessas no bolso...)
Durante a vida aprendemos a ver a morte como aliada. Não a tememos menos, nem a odiamos em menor medida, apenas nos habituamos à ideia de ela estar sempre a rondar. Camuflada. Fantasmagórica.
Aqui e a li vemo-la espreitar. Na casa ao lado, do outro lado da rua, na outra cidade.
Desejamos, secretamente, que ela desapareça. Rezamos para que a vida se prolongue e esperamos….
Mas, à medida que envelhecemos, descobrimos que o melhor é fazer um pacto com o inimigo.
Asseguramos-lhe que seremos dela, e em troca, ela deixa-nos viver. Com todos os riscos, sem medidas. Sem limite.
E na hora certa, ela tomar-nos-á em seus braços e partiremos juntas, como velhas amigas.
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