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Ás vezes ela finge que ele é omnipresente.
Imagina que ele vê. Que observa, lá de cima, a sombra que as suas pestanas projetam sob o rosto suave.
Imagina que ele sorri quando ela eleva as bochechas e ri para o mundo.
Gosta de pensar que ele vê nela uma paz que ela própria desconhece. Uma leveza que não tem, uma beleza que não possui.
Sim. Ela gosta de imagina-lo. Ao de longe. A vê-la, sem os olhos, com a alma.
Ela gosta de unir as pálpebras e sentir o sol aquece-la. Depois, quase sem querer deixar ciar uma mexa de cabelo sob a face, enquanto ele a observa…
E é assim que ela gosta de pensar nele: ausente como um fantasma. Sempre presente, mas nunca lá.
Há umas quantas noites seguidas que sonho com a mesma coisa!
Lá estou eu, faminta, suja e desnorteada na Arena. Sonho que estou numa espécie de "Jogos da Fome".
Ora umas vezes sozinha, umas vezes com a minha irmã…
Qualquer coisa cá dentro da minha cabecinha, não anda bem, não anda não!
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