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Sempre gostei do meu local de residência. Sempre me agradou a pequenez da área, o facto das pessoas se conhecerem e toda a paisagem da zona.
Mas, quando tive de sair para estudar fora, tornei-me estupidamente patriota. Já não digo de a que Distrito ou Conselho pertenço – digo a vila quando me pergunta onde vivo, ou de onde sou.
Repito vezes e vezes sem conta: “ Temos duas Igrejas, uma Santa, Policia e um Museu”.
Não é natural em mim – é algo sem explicação.
Por aqui, temos tradições bonitas – como a festa da padroeira, hoje, dia de Páscoa; o recolher das cruzes…. – coisas que eu gosto, mas que apenas participo como expectadora. E claro, temos falhas colossais, como em todos.
Porém, sinto que devo algo às minhas raízes, que tenho de falar delas para que saibam que aqui, à beira-mar, existimos.
E assim, contra todas as leis da natureza, tornei-me estupidamente patriota, na terra dos outros.
Se todos de morrer um dia, quero ser recordada como aquela que escrevia.
Não por trocar palavras, errar na gramática ou rabiscar papel.
Queria ser amada pelo que escrevi, pelo tocar de almas, o descrever de vidas e o arrepiar dos corpos.
Queria ser vista pelas letras, não pela face ou sentimentos voláteis.
Sim. É com isto que sonho: com a imortalidade da escrita.
Nova Crónica!
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