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Há dores que jamais irão desaparecer. Ter de aceitar isso não é fácil. Não é fácil conviver com a ideia de que nem toda a nossa bagagem pode ser atirada porta fora, pode ser perdida em aeroportos. É difícil lidar com a certeza de que nem tudo tem a finitude desejada.
Aceitar que aquele corte que está no nosso coração, pode fechar, mas que vai lá deixar marcas definitivas torna a dor mais profunda. Mais séria e mais cortante.
Mas, surpreendentemente, estes pormenores, não nos tiram perfeição. Muito pelo contrário – dão-nos unidade, distinção, verdade.
Tornaram-nos quem somos. Essas horas sem dormir, essas lágrimas que secaram na face, aquelas marcas na pele. Aquelas sombras na alma,.
São estas pequenas coisas que nos fazem lembrar do que fizemos e não voltaremos a fazer, do que foi e não volta, e de quem fomos e não voltaremos a ser.
São essas dores e essas cicatrizes não curadas que nos fazerem fortes. Que nos fizeram, fazem, e farão o eu que se mostra no dia-a-dia. A pessoa inteira e não limitada, de cicatrizes e sorrisos, e dores e alegrias, de mão esfarrapadas e braços abertos. Foram as dores… foram as dores… e continuarão a ser…
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