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(Foto nossa, antiga...)
Na universidade ensinaram-me que o jornalismo era uma espécie de poder institucional. Chamávamos-lhe o terceiro poder. Algo que, com simples palavras, nas horas certas e nos tempos certos, pode mudar o rumo das coisas. Tornar tudo melhor, salvar vidas, reunir famílias, ajudar.
Nós, estudantes sedentos, queríamos vê-lo, ao jornalismo que tanto desejávamos compreender, como um Deus, um Deus dos homens, um Deus do bem.
O que nessa altura não queríamos ver era o igual poder destruidor do mesmo. Não queria, não podia, aceitar que algures no mundo, alguns dos nossos, não faziam jornalismo de causa, de informação, mas sim jornalismo de capital, de dinheiro, de interesse.
Eu, tão parva quando os outros, continuo a alimentar o sonho do jornalismo isento e de qualidade que diz verdades baseadas em factos comprovados, sem declarações de alegadas fontes que de alegadas tudo têm, já de fontes nada sabem…
Quero acreditar que não estamos perdidos, que existimos para o exercício do crescimento intelectual no nosso público. Quero acreditar que nos importamos com os outros, que nos importamos com os seus sentimentos.
Mas, agora, não somos estudantes e já não vemos o Santo jornalismo. Somos muitos, as hipóteses são poucas. Queremos exercer a nossa profissão. Custe o que custar….
Quanto a mim, continuo a acreditar no jornalismo honesto e justo, feito de humanos para humanos, dois corações, factos e palavras. Mas, não venderei a minha alma e dignidade por ele. Lembrem-me disto se porventura me deixar corromper e me esquecer.
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