Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Seguimos sempre a ritmos demasiado diferentes para andarmos lado a lado.
Eu puxava para o alto, tu para a frente. Eu não suporto pressas, tu tens pavor de alturas.
Talvez, no fundo a culpa não tenha sido nossa – nem todas as paixonetas de adolescente foram talhadas para serem romances com final feliz.
Não me bastava o chão, não te servia a calma. Não suportas livros, não percebo nada de desporto.
Nunca nos completamos, nunca nos amamos. Vivíamos de promessas silenciosas, sentimentos disfarçados, mal dissimulados e de discussões. Oh como nos mantínhamos em cheque, como nos magoávamos, nos traiamos, nos doíamos e não nos sentíamos.
Por fim, eu perdi-me nas alturas, tu nas ruas que nunca percorri. Não mais te vi, e tu, tu desprendeste-te de mim. E nem os satélites – que tanto amavas, e que agora desprezas, nos ajudaram.
Seguiste caminhos talhados de felicidade e atenção desmedida, eu decidi navegar por mares revoltos, trabalhosos e desconhecidos.
Encaremos os factos: eu sou um desafio que desiste de levar a cabo. Se era difícil? Era. Mas podia ter sido a melhor viagem nas nossas vidas. Pena nem termos posto os pés ao caminho.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.