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Sempre disse que ainda não me despedira do papel de estudante. Claro de empacotar os últimos três anos foi um sinal, mas nada que me pusesse em alerta.
“Ainda temos Setembro, e sempre precisas de uma canetita e de um caderno”, dizia-me uma vozinha quando pensava no assunto.
Receber o diploma de curso foi outro marco. “Pronto, acabei”. Porém o sentimento não se espalhara, nem com a incessante procura de trabalho.
Um destes dias, ao telefone, com uma (agora, ex) colega de casa, falávamos sobre o facto de ela sentir a nossa falta e de a cidade sem nós, as nossas aventuras e vozes, não ser a mesma. Nostálgica, sorri e disse-lhe apenas “ Eu vou visitar-te. Mais rápido do que imaginas”.
Não mais vou lá voltar como portadora no número mecanográfico 33777. Para a semana não vou fazer a mala. Nem inscrever-me nas turmas, nem escolher opções, nem propor projetos para as cadeiras de jornalismo ou para a UTAD TV. Não vou voltar para a Residência, nem vou adornar-lhe mais as paredes com post-it’s nem posters. As noitadas de risos e palermices, lá no quarto, acabaram.
Hoje, quando, às compras de material escolar, com minha irmã, percebi isso. Nada daquilo vai voltar – não mais. Ficam as recordações e o caderno novo, que hoje comprei para quebrar o sentimento de falta ( e de missão comprida) que tão depressa se instalou.
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