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Naquele momento, mais do que nunca, sentíamos necessidade de dizer o quanto nos amávamos uns os outros. Era como se o tempo urgisse sobre nós, como se nos roubasse, nos tirasse da companhia de quem nos era próximo. Perante lágrimas, “amo-te” escapavam por lábios molhados, gretados do sal das nossas lágrimas.
Não importava se eu não tinha memória, dinheiro ou casa. Ali, mergulhada naquela tristeza profunda, sabia, que acima de tudo e mesmo sem nada, tinha amor. E, nada mais importava.
A minha mãe diz que ninguém tem o direito de tirar a vida a ninguém. Que a decisão de morrer – e nascer, não nos cabe a nós, que nos é alheia.
Mas, por vezes, essas tais identidades superiores que se sobrepõem a nós, sob a força de morte e vida, deixam algum dos seus filhinhos escapar dos seus domínios sigilosos.
Acidentes acontecem, decisões tomam-se. Dores dominam as almas. Fogos dilaceram corpos. E alguns conseguem determinar momentos de início, outros momentos de fim.
Procurando elevar-se a patamares superiores dourados e de mel, onde voam, asa bate, asa bate, voam. Voam daqui para fora.
Restam-nos esperar, e desejar com especial força, que encontrem a paz que lhes fugia e um repouso para a alma, num lugar onde o seu sorriso nasça de novo, com a leveza e alegria de outros tempos...
Até sempre, G.
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