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Há uns tempos, li algures, que quem lê vive mais vidas do que os demais. Esta ideia extraordinário de multiplicação da vida reside no facto de às nossas vivências juntarmos vidas de outros, vidas de personagens mais ou menos ficcionais apreendidas através da literatura.
Claro a abertura para essa experiência de absorvência da vida do outro na nossa própria vida depende de tempos para tempos, de pessoa para pessoa.
E, eu, nem sempre me senti premiável a esse tipo de coisas… mas, há momentos em que o que mais queremos é a vida de outro, outra qualquer vida que não a nossa.
Era fase de eu decidir o que fazer com a minha vida: escolher curso, universidade, pensar seriamente sobre quem eu era e o que queria para mim. Porém isto era o que eu menos queria.
Foi aí que a pareceu o Crepúsculo. Digamos que foi o escape perfeito e um amor à primeira vista. O livro já havia sido empurrado na minha direção por um qualquer ser superior, mas, teimosa como sempre, desviei-me dele, fugi-lhe tal qual diabo foge da cruz.
Acabei por ver o filme primeiro. E senti, bem lá dentro, que era ali que me devia esconder.
Vivi em Forks nos meses seguintes, mergulhada no que os meus amigos apelidaram de “coma induzido”.
E, sem que me apercebesse tudo em mim e sobre mim se alterou, ou melhor se revelou.
Comecei com sede de leitura e fome de escrita. Comecei a devorar livros e timidamente a escrever.
Sejamos francos, se não fosse a Saga que já é mais nossa que de Stephenie Meyer, nunca estaria aqui a escrever-vos sobre mentiras e verdades.
Posso dizer mais: se não fosse o Twilighth eu, provavelmente, hoje não seria jornalista, nem tão realizada e feliz com as minhas escolhas.
Ler estes livros, ver estes filmes, fazer parte desta grande família, mudou-me de forma irreversível.
Com eles por companhia, mudei de ideias, de área de estudo, de cidade, de casa de amigos e de vida. Com eles, construí um eu mais forte e melhor. Por eles criei amizades e escrevi fanfics.
Por eles, pelos atores que lhes deram vida me apaixonei. E é, muito por causa deles, que todos vocês me leem e me conhecem.
Só tenho a agradecer TODAS as coisas boas que me proporcionaram, deram e ensinaram: os sonhos, as crenças, a felicidade, a amizade, a revelação e a vontade de escrever que me transformou em quem sou hoje.
Obrigada. Obrigada pela história e pelo que há e haverá depois dela.
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