As Mentiras Que Te Vou Contando....

Já escrevi tantas coisas que algumas delas me caíram no esquecimento.

Assim, como palavras ditas perdi-as depois de as escrever - mente trapaceira e aluada.

Mas, de alguma forma mágica e especial, há quem não as perca, há alguns que as conversam na mente, no coração, na ponta da língua.

E é fantástico que isso aconteça, as nossas palavras deixem de ser nossas, e serem mais dos outros depois de as lerem.

Este é um dos efeitos da escrita de que mais gosto: a personalização, a dádiva da multiplicação.

Obrigada Vera por me lembrares isso, não só dia a dia, mas em dias especiais como este em que me chegas pela caixa do correio.

(Era suposto não gastares dinheiro, lembras-te?!!? Mas, acertaste! Em CHEIO!! Obrigada!)

De todas as vezes que te enterrei, o dobro de vezes te trouxe à vida para saber se te tinha efetivamente morto.

E de todas as vezes que abriste os olhos para esse mundo em que eu não estava soube que estavas no lado errado do meu coração – no lado de fora.