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Queria escrever por palavras dos outros. As minhas palavras estão gastas e sujas.
Queria dá-las assim numa bandeja, assim como já dei meu coração a quem não o merecia.
Assim louca e inconstante.
Queria escrever as palavras dos outros, essas palavras polidas, brilhantes, novas. As minhas já estão rasgadas, suadas, furadas.
Queria dá-las de mão-em-mão, assim como se dá o amor... Assim, dessa forma louca e inconstante.
Mas, não sei onde estão as palavras dos outros quando as minhas perco.
Não sei encontrar-me quando de mim me perco...
Esqueci essa forma louca e inconstante de escrever palavras nossas noite adentro.
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