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Férias de alma... por uma tarde...
Deixas sempre cá ficar qualquer coisa.
Juro que se olhar para o sofá ainda lá estás – o cheiro daquele tua água de colónia que hoje me dá does de cabeça está no ar.
Se abrir a gaveta do armário da cozinha – a segunda, está lá aquela colher pequenina que tu gostavas de usar para comer o iogurte.
E no frigorífico há queijo de barrar – sabes que eu não gosto de queijo. Tu gostas.
Mas, este não é o pior cenário.
Estás aqui, nas minhas mãos enquanto escrevo, ao meu lado na cama, nos meus pés, quando entro no café do costume, e – pior, no meu coração, em todos os lugares, a todas as horas.
Eu queria tirar-te de lá – já tentei (e tento todos os dias), mas não consigo.
Ontem decidi que te tinha esquecido –sabes como sou de ideias fixas, mas, depois encontrei, no meio das minhas coisas, um par de meias teu.
Porque raio há meias tuas em minha casa? Porque raio é que há pedaços de ti no meio coração?
Será que não me mentiste já o suficiente? Será que já não me roubaste o que tinhas de roubar?
Lembraste de um dia te ter dito que o mundo era dividido em dois tipos de pessoas, as que nos roubam e as que nos devolvem? Pensei que me tinhas devolvido, mas nada mais fizeste do que me roubar.
E quem me dera perceber o que está por detrás desses solhos que pensei conhecer… quem me dera, Noah.
Quem me dera que fosse um bocadinho parecido com a imagem que criei de ti.
Espero que, um dia, as tuas meias sejam apenas meias, o meu sofá seja apenas meu, que as colheres da segunda gaveta sejam apenas talheres.
Até lá vou tentando esquecer-te e escrevendo estas cartas que não te envio, nem irás ler.
Um dia, Noah… um dia…
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