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Talvez dentro de nós haja um buraco fundo onde, durante a vida, se guardam as coisas desnecessárias - sentimos tanta coisa dispensável e dispersa, ela tem de se enterrar em algum lado, aqui para dentro.
As coisas que queremos esquecer não nos abandonam simplesmente depois de queremos parar de as lembrar. Nada é linear em nós - muito menos o coração e a memória.
E, mesmo que enterremos o pensamento, o coração fecha portas, que com o tempo se tonam perras, e custam a abrir novamente.
Estes processos mais ou menos macabros nem sempre são fáceis, quanto menos pesarosos.
O coração é um buraco fundo por si só, com caves, fundições, jardins, prados, sol e chuva, com ou sem arco-íris. Tudo nele são passagens, curvas e contra curvas, que, com o tempo nos vamos habituando.
E um dia, assim, sem mais nem menos, percebemos que muitas vezes quando por ele caímos, também voamos. Porque às vezes quando caímos, voamos. E, com asas, tudo é possível, não é?
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