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Às vezes visto-me de uma raiva que não é minha, de uma revolta que não me pertence.
Luto tanto pela felicidade de um lugar ao sol, que, quando chove, perco as estribeiras de deixo-me ir ribeiro abaixo.
Ribeiro Abaixo. Ribeiro acima.
Sempre encarei a vida como um estado de transição. E isso sempre me ajudou a seguir em frente: estás de passagem.
De todas as vezes que toquei o céu, ou aterrei no chão sem querer, este foi o pensamento: a não durabilidade de qualquer um desses estados.
Nada dura para sempre - ou quase nada, há sempre prazos de validade.
Ninguém é feliz ao sê-lo sempre, nem ninguém é infeliz sempre, todo o dia, todos os dias.
Estamos sempre de passagem, na nossa vida e na vida dos outros. E, nem sempre temos influência na decisão de ficar ou não com determinada pessoa ou em determinado lugar.
Quero ficar aqui, contigo mas, não posso. Quero, mas não consigo. Vou, mas, nem que faça das tripas coração, volto.
Nem sempre voltamos, nem sempre queremos voltar, nem sempre é possível voltarmos.
Às vezes acho que somos marionetas no destino uns dos outros, na vida uns dos outros. Peças de dominó no coração uns dos outros.
E, por vezes, quando uma cai, caem todos, peça por peça. E ficamos nus. Nus e vazios, cheios de caminhos de peças caídas.
Resta-nos renascer das ruínas e voltar a jogar, apostar o que temos e não temos, ficar e partir, dizer adeus e amo-te.
Vive-se menos do que se quer, e muito menos do que se pode. Mas, vive-se, de passagem.
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