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Enquanto a mão pagava a conta, concentrada no aparelhinho do multibanco, a filha, menina de cerca de 12, 13 anos, pergunta-me, ajeitando os óculos de sol amarelos no cimo da cabeça.
- Posso fazer-te uma pergunta?
- Sim, claro - respondi, sorrindo. Por norma quando uma criança nos pergunta se pode fazer uma pergunta a coisa é boa.
- Eu tenho um amigo escuteiro - começou. Começamos bem.
- Sim – anui, tentando acompanhar o seu raciocínio.
– E ele usa um lenço assim como o vosso. Por acaso vocês não têm nada a ver com os escuteiros, pois não?
- Filha é a farda - repreende a mãe, controlando a gargalhada.
- Se queres que de diga, não sei! - Oh, como queria gargalhar alto - Usamos a farda. Mas, pode mesmo ter a ver com os escuteiros - descansei-a.
A menina sorriu, aparentemente satisfeita com a resposta.
- Chamou-lhe escuteira, podia ter sido pior - riu a mãe ao afastar-se.
- Podia - respondi, rindo com ela.
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