Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
99% das vezes que vou trabalhar estou nervosa. O outro 1% só acontece quando o meu cérebro está ocupado por porcarias sobre o trabalho que me impedem de pensar que em menos de nada entro ao serviço.
É como se fizesse parte de uma encenação. De uma peça de teatro. Em palco temos de brilhar - sem erros nas falas, guarda-roupa perfeito, sorriso e voz bem colocados.
Os problemas, as dores e as doenças, ficam nos bastidores, ali, algures no chão do armazém.
No dia em que deixar de sentir o frio na barriga quando saio porta fora, rumo ao meu posto de trabalho - mesmo que não o ame, quanto amo as palavras com que o descrevo, será o dia em que deixarei de fazer sentido. O trabalho pode não ser a minha vida, mas, é uma grande parte dela, uma parte de que me orgulho e que me torna melhor a cada dia.
No dia em que perder o compromisso e responsabilidade que sinto ao entrar no trabalho, perdi uma parte mim - decerto uma das melhores e mais felizes.
Voltei ao lugar onde pensamos conhecer o amor.
Hello Gripe!
Só se conhece verdadeiramente uma pessoa quando se vai com ela ás compras.
Esta é a verdade pura e dura e o caminho mais simples para a felicidade (e com saída mais acessível).
Por exemplo, quem é que quer passar o resto dos dias com alguém que leva uma lancheira térmica, com gelo, de casa para guardar os congelados que acaba de comprar (aconteceu-me hoje e ainda estou chocada)? Ou então com uma daquelas pessoas que põe tudo o que é artigo em saquinhos daqueles transparentes (onde se deve por a fruta) - ele é atum, ele é pão, ele é iogurtes? Ou com um daqueles tipos que dividem as compras no tapete por sacos (- quero que me ponha isto num saco, isto noutro e isto, sozinho, noutro).
É ali, por entre as arcas dos congelados, os legumes, as carnes e o arroz que cada um revela a sua essência; a sua mesquinhez, a sua simpatia, os seus tiques, as suas manias mais estranhas.
Mundo, a sério, são só mantimentos crus, embalados e capazes de coagir entre si. Vivam no limiar da loucura: deixem a vossa embalagem de leite ir ao leu e o vosso fiambre ir com o pão. Sejam ousados e tentem agir com normalidade num supermercado. É giro e não é assim tão complicado.
Desejava mergulhar num mar profundo. Fundir-se nas suas ondas. Incorporar-se nas leis da natureza, e desaparecer.
Ela encheu os olhos com purpurinas e tapou-os com as mãos. Só mais tarde percebeu que de olhos escondidos nada brilha.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.