por Marina Ricardo, em 31.10.13
Talvez ela não se importe nem por um bocadinho, um bocadinho sequer, o que eles vão dizer quando a virem fechar a porta.
Decerto dirão que lhe falta a graciosidade no andar, ou até se ouvirão vozes baixas e de desdém quando ela se levantar.
Mas, ela sabe que não vai parar. Nem mesmo quando, ainda com a porta entreaberta, vir aqueles rostos vazios e acusadores.
Talvez ela feche a porta devagar - decerto o fará.
Porém ela sabe que é fora daquela caixa de cartão que se escreve o inicio de uma vida - a vida dela, a caneta.
