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Tocava-lhe o coração leve como pena, leve como beijo no rosto em manhã de chuva.
Tocava-lhe. Sentia-a debaixo dos dedos movidos a saudade e vontade de lhe decorar todos os recantos, todas as linhas e entrelinhas.
Queria grava-la nas impressões digitais, ser dela e não ele - o nós sempre lhe soara tão melhor.
Tocava-lhe como quem toca uma ausência, com a ânsia de quem tem medo de perder. Gostava ele de a sabe de cor antes dela, composta a sonhos e areia movediça, acordasse, e de olhos ensonados lhe dissesse "bom dia".
O novo dia levava-a sempre para ela, longe dele - mesmo que o dia fosse bom dia.
Então, antes da manhã raiar, tocava-lhe a pele suave, devagar, como quem sussurra um "amo-te" em silêncio.
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