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Falar sobre 2013 não me é fácil. Na verdade acho que já me esqueci de grande parte das coisas que lá me aconteceram. Em todo o caso, acho que o encontro perdido por entre uma música qualquer dos The Civil Wars, uma lágrima, um sorriso ou uma saudade. Decerto se, nos destroços da saudade procurar, há por lá uns números que devem ser um 2, 0, 1, e 3 - 2013.
2013 foi um ano bom. E mau. Ou nem bom nem mau. Foi um ano. Jamais o poderia definir como mais um ano. 2013 ensinou-me muito sobre a vida – e isso não pode nunca fazer dele um qualquer. Aquela vida vivida, aquela vida que a gente grande vive. Vida de quem trabalha, de quem adoece, que morre enquanto vive, de quem se levanta todos os dias, de quem trás dinheiro para casa, mas anda sempre de bolsos vazios.
2013 molhou-me os olhos e levou-me uma parte importante do coração. Mas, também me ensinou que a vida é assim, que os corações são roubados e que se safam. Este ano deixa-me um coração grande, cheio e disforme. Mas, deixa-me também a sabedoria suficiente para saber que na impossibilidade de lhe restaurar a parte perdida, sempre posso expandi-lo e aumenta-lo. O meu coração ficou assim: amolgado, mas com mais umas assoalhadas.
Em 2013 reinventei-me e revesti-me de coisas novas. De noites sem dormir, de horas de riso e dias de choro, de saudades imensas e recordações de amor que jamais qualquer ano pode apagar.
Escrevi muito. Comecei três livros e fiz-lhes pontos finais mais finais do que gostaria.
Depois, parei de ler. Recomecei a ler e fiz pausas em vírgulas que se foram transformando em reticências prolongadas.
Voltei ao trabalho. Trabalhei muito. Muito. Cada vez mais. Fiz amigos novos e descobri novos sorrisos vindos de muitos lugares desconhecidos. Reforcei relações, fui ao teatro e ao cinema. Entrei no comboio errado – várias vezes, andei sozinha, queimei a língua e gelei o cérebro, acendi uma fogueira, entalei um dedo no meio de ferros, subi os clérigos, vi o mundo do alto. Deixei o blog um dia no silêncio, tal era o silêncio que me dominava.
Fui a igrejas. Mas, não me lembro de rezar. Só queria estar mais próxima de ti…
Mandei cartas. A Kelly mandou-me fotos e “i see you”. A Sara chamou-me pelo nome e “mean it”.
Comprei anéis que fazem inveja a dedos alheios; reencontrei velhos amigos, fiz umas mini férias e descansei a alma. Fui a entrevistas de emprego, onde na impossibilidade de me safar como jornalista, ofereci-me para as limpezas. Disse muitas parvoíces. Falei alto e roguei pragas. Gastei dinheiro e comprei coisas para – finalmente, dar. Sonhei muito - de olhos abertos, de coração em riste.
Andei muito e viajei em casa, em terra e em mim. Vaguei em novas tecnologias, e em novas sonoridades. Pisei nuvens e inferno. Olhei o céu em sinal de resposta – vezes sem conta, e lá estavam os pássaros de sempre, e os girassóis ao fundo.
Cortei o cabelo e cortei males pela raiz. Disse que sim, e fingi que não me apetecia dizer não. E, disse não, pouco me importando com os sins dos outros.
Fiz bolos e tartes e comida da boa. Pintei as unhas com purpurinas e deixei os olhos brilharem. Muito. E mais ainda.
Embora, este, para mim, tenha sido um ano de perda, é um ano de amor. Um ano em que o amor se revelou de todas as formas, de todas as maneiras e de toda a gente. E, um ano de amor nunca pode ser mau.
2013 levou-me e trouxe-me coisas maravilhosas. Que 2014 se mantenha longe dos meus tesouros, e que lhes dê um brilho novo.
São estes os meus desejos para vocês, meus tesouros, que 2014 vos pinte de dourado e coisas boas. Que nos adorne de felicidade – a todos nós!
FELIZ 2014!
Um dia, no meio desta queda livre, espero aterrar numa mão alheia.
Espero que me agarrem - nada de escorregar por entre os dedos. Uma mão firme para compensar as minhas pernas bambas.
Sinto-me tão livre e tão leve que me sou incapaz de entrar na vida de outra pessoa. Que me sinto incapaz de dar um passo invasivo na casa de outro alguém que não eu.
Por isso, um dia, agarra-me. Não me ates as asas, afaga-me o coração e logo se vê se voamos juntos.
Prometeu-lhe o mundo. Numa mão fechada. Num segundo. Num segredo. Num punho cerrado.
Prometeu-lhe o mundo com uma frase. Uma junção simples de palavras. O mundo era dela.
Ofereceu-lhe ele o mundo. Numa caixa. Fechado.
Mas, ela, esgotada, não sabia o que fazer com aquele mundo que lhe ofereceram.
Por fim ele cansado de lhe mentir, disse-lhe, com frase feitas "Tu sabes as respostas. Estão no teu coração."
Ela olhou-o, por fim, cansada, daqueles jogos, e respondeu "Eu sei. Mas, não sei as perguntas que lhe deva fazer...."
Depois, reinou o silêncio.
Hoje fui ao cinema e pensei que não saia viva do centro comercial...
Eu só queria ver o Frozen, tenham piedade manada de clientes enraivecidos pela camisolita da Zara...
Esperei por ti todos estes dias, sentada ao pé da lareira.
Depois, enquanto olhava as luzes intermitentes da árvores, percebi que não mais ias voltar...
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