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Tenho uma porção de espaços vazios. Terrenos amplos, preenchidos com tralhas que não preciso, mas que me mantêm unida.
Tenho um monte de terrenos baldios cheios de flores e ervas daninhas. Espaços verdes e pretos, negros e vibrantes.
Tenho espaços vazios cheios de coisas que não preciso - aqui no peito. Às vezes, em noites frias, oiço o vento passar-me pelas frinchas do coração, enquanto agita as pedras dos meus terrenos vazios, cheios de tralha que não me faz falta.
Às vezes sinto-me tão cheia que me pergunto porque enchi os espaços vazios com coisas que não preciso nem me fazem falta, mas, depois, consciente do que me prende e do que liberta, compreendo que me empanturrei para não me sentir vazia.
E, sinto, mesmo assim, às vezes.
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