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Dei por mim a pensar que queria ar a algum lado. Tinha a mente relaxada, vazia, debaixo do chuveiro, e só pensava que tenho de ir a algum lado. Porque aqui já não estou bem.
Depois percebi que este pensamento me surgira depois de me ter relembrado que me tinham ligado do banco. “Temos uma nova proposta para si”, disseram. Depois de ter dito que pesava com pouco tempo, informaram-me que seria breve. Anui, como se a pessoa do outro lado da linha o pudesse ver. Depois de perguntas básicas, fez a pergunta crucial para a proposta “Ganha mais de 500 euros mensais?” . Respondi um “não” calmo e firme. Incrédula a voz do outro lado da linha repetiu a pergunta mais duas vezes. Ouviu a mesma resposta. Depois veio o lamento e a informação de que a proposta não era abrangente a pessoas com rendimentos mensais inferiores a 500 euros.
Eu não queria mudar o meu tipo de conta no banco. Mas, este telefonema pôs-me a pensar na corda bamba onde a minha vida se equilibra. É tudo miragem: o trabalho, o dinheiro contado que trago para casa, os sonhos, os objetivos e as dores.
Sou das pessoas mais esforçadas que conheço nem por isso as coisas se apressam – e eu estou sempre cheia de pressa.
Às vezes pergunto-me para onde vou e nunca sei a resposta. É como se o mapa interno na máquina que comando tivesse desaparecido. E, nem me importava de não ter mapa se os caminho à minha frente fossem ligeiramente iluminados – preto, para mim, só gosto nas unhas.
Há dias que me sinto tão estupidamente perdida que me esqueço do que me esqueci de pensar. Ou de procurar. Ou de recear. Estes são os dias bons. O pior é quando penso.
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