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Um dia destes vi uma antiga entrevista da Kelly em que ela dizia que todos temos uma música, ou uma banda sonora, que sempre que ouvimos voltamos a casa. Independentemente do que estivermos a sentir, ou, onde estivermos há sempre uma música que nos leva para onde devemos e queremos estar.
Por vezes essa é uma música que nos faz chorar. Ou rir. Ou que nos faz arrepiar. Que nos dói e nos alimenta ao mesmo tempo. É uma sensação estranha, que nos faz sentir melhor e pior. Nus e vestidos, sós e totalmente acompanhados
Eu tenho mais do que uma. Todas da Patty Griffin. Acho que a vida fez com que assim fosse. A primeira vez que a ouvi mais a fundo foi na véspera da minha ida, pela primeira vez a Vila Real.
Sempre, nos mementos menos bons ouvi Patty Griffin. Sempre nos melhores momentos ouvi Patty Griffin. Ouvi Patty Griffin sempre que quis ir ou voltar a mim. Foi com estas músicas que regressei muitas vezes a casa.
Se fechar os olhos agora, e disser um dos seus magníficos poemas posso chorar horas, enquanto rio, e sinto a pele de galinha se espalhar por todo o meu corpo e sei que tudo está bem. Tudo.
Depois, quando os volto a abrir tudo pode continuar igual, mas, naquele minutos em que nada mais havia do que um poema, uma melodia e uma voz rouca e penetrante tudo estava onde devia estar.
Ainda hoje, aqui, agora, sentada nesta secretária, a escrever num computador que não é meu, choro e oiço Patty griffin. Não importa que me sentisse bem antes e que agora me doa a cabeça porque estive a chorar. Não me importa nada. Quando oiço Patty Griffin, chego a casa, descalço os sapatos e solto o cabelo. Baixo os braços. E não faz mal. Fecho os olhos e tudo fica bem. Mesmo que depois não esteja. Agora está. Depois, depois logo se vê.
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