Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ontem acabei o "Still Alice". Muito tempo depois de o ter começado. Sabia perfeitamente, mesmo antes de ter tomado a decisão de o comprar, que lê-lo seria uma viagem. Que me ia arrepender. Que ia mergulhar em águas turvas, em camadas da mente que tento deixar submersas.
Sabia isto tudo e comprei-o à mesma.
Tenho achado ultimamente que tenho de colher muitas das minhas ervas daninhas para deixar as minhas flores crescerem devidamente. Afastar fantasmas. Deixar-me mais leve. Mais concentrada. Mais feliz. Melhor.
Ao ler, em algumas noites, fechei o livro cedo demais. Não me lembro de chorar. O reconhecimento deixa-me consciente, não me magoa mais do que já magoava.
Vi-me nas páginas do livro. Vi-nos a nós. Senti a mesma ânsia de sempre, o mesmo medo – o meu, o das personagens.
A doença de Alzheimer não tem cura. Nem pena. A doença de Alzheimer não tem piedade. É ladra. Destrói e leva para longe as pessoas que amamos. Fá-los perderem-se deles, de si mesmo, e faz-nos perde-los.
Mas, a doença de Alzheimer não leva o amor – o nosso e o deles, aumenta-o. Foi a doença de Alzheimer que me ensinou isto. Nunca o vou esquecer.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.