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As mãos. As tuas. Não minhas, nunca nossas.
As tuas mãos. Nas tuas mãos, as minhas, sem as ter.
Conto pelas mãos, as minhas, os dias sem as ter, as tuas. As mãos. Nas tuas. Sempre.
Eu nas tuas mãos. Em que me deixas. Só. Sem as mãos. As tuas mãos.
O meu pai precisa de ser operado a uma anca urgentemente.
O meu pai, homem novo e cheio de força, viu-se agarrado a duas canadianas para se puder mover. O meu pai ia ser operado no mês passado, mas, os médicos foram de férias e adiaram-lhe a cirurgia para dia a definir um futuro para eles próximo, para nós tão longínquo.
Ontem, estava a afazer o almoço enquanto o meu pai tentava dormir naquele bocadinho em qua as dores acalmam depois de tomar a medicação, quando me apareceu na cozinha. Vinha branco, vinha sem canadianas. Vinha de olhos muito abertos.
Tinha recebido um telefonema do hospital. Tínhamos de lá estar em vinte minutos para fazer exames. A cirurgia seria hoje.
Voamos para o hospital. Tínhamos os minutos contados. Mal chegamos fomos para a secretaria. Explicada a situação a senhora imprimiu uma paletada. Mas, faltava um processo qualquer. Como não podia telefonar para ninguém, fui eu procurar papeis que nem sabia o que eram. Os papéis não estavam em parte nenhuma. Edifício nenhum. E o tempo esgotava-se.
Depois, alguém se lembrou que o processo (ou seja os papéis desaparecidos) estavam na posse do médico.
Lá fizemos os exames (e fomos fazer outros a um hospital vizinho).
Às 19h fomos levar novamente o meu pai ao hospital. Depois de uns empurrões lá lhe deram uma cama para se deitar.
Viemos para casa com o coração nas mãos, mas com certeza que tudo ia ficar bem. A operação estava para as 8h. Finalmente iam acabar-se as dores e as canadianas.
Fomos cedo para o hospital, hoje de manhã e, montamos arraiais na porta do bloco operatório.
Esperamos horas.
Mas, o meu pai não foi operado. O meu pai tinha de suspender a medição habitual sete dias antes da cirurgia. Ora, o pai não foi informado de tal coisa, e tendo e conta que lhe telefonaram ontem para ser operado hoje, não tínhamos nenhuma máquina do tempo para eleminar os comprimidos que tinham sido tomados.
O meu pai, antes de ser anestesiado, comentou que tinha tomado a medicação. Ainda ninguém tinha lido o processo dele. Ninguém sabia a medicação que ele tomava – que por sinal devia estar nos papéis que eu andara a rastear no dia anterior.
Viemos para casa. Sem promessas de novas datas. Uns talvez.
Era nestas alturas que eu queria ter dinheiro para escolher um hospital, ou então poder para processar um hospital.
Amanhã fico desempregada. Tenho tentado ocupado o tempo de forma organizada e eficiente, para não pensar muito na realidade que me espera.
Não sei estar sem trabalhar. Não tenho grandes anúncios para responder (até agora não mais do que dois), e estou perdida.
Tenho planos – tenho sempre. E, tenho um livro para acabar.
Não faço ideia do que vou fazer a seguir. Mesmo que finja que tenho. Mesmo que tente ter. Não tenho. Tenho um misto de vazio e excitação crescer-me no peito. A escuridão é assim. É assim.
Antes de ir planear um casamento, fui a um aquário (aqui pertinho, pertinho de casa! Só lá tinha ido uma vez há muito mais do que 10 anos! O que andava eu a perder!!).
Antes de ir ter um verdadeiro momento romântico (ou seja, um casamento), tive direito um momento com um peixe, enquanto fotografava um dos tanques. Foi romântico (e aquático).
Tenho cordas aos pés. Atadas. Por atar. Para atar. Quero lançar as minhas cordas para outros portos. Atar-me a outras coisas, a outras pessoas. A outros.
Mas, estou atada - sempre atada, a mim, e ás coisas erradas.
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