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A falta de tempo é quase sempre apontada como justificação para quase tudo. Não fomos aqui. Não vimos aquele filme. Não telefonamos aquele amigo. Não, não, não.
Uso a mesma desculpa sem ponta de remorso. Mas, no fundo, no fundo, sei que não é bem verdade. Tive tempo, mas, ocupei esse tempo com outras coisas.
Não escrevi porque estive a ver televisão. Não li porque ando a adiar as lágrimas que leitura me vai trazer. Não fui porque me esqueci, ou talvez tenho feito de propósito para me esquecer.
Adio muitas coisas. Digo que não tenho tempo para outras coisas. Mas, no fundo, no fundo, até tenho tempo. Tenho, mas ocupo-o com outras coisas, mais ou menos necessárias.
Tento guardar sempre tempo para as coisas importantes. Manter-me perto do que e dos que são importantes. Tento sempre ter tempo para eles. Ou então, criar tempo. Inventar tempo.
O meu dia tem sempre 24 horas, mas, ás vezes arranjo mais 10 minutos para ter tempo. Tempo extra. Porque quero. Porque sim, sim esim.
Ou, então fingo que tenho só 22 horas no meu dia e não tenho tempo. Porque não quero. Não. não e não.
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