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Sinto o teu toque suspenso. Sinto essas pragas que rogas baixinho. Sinto-as aqui. Na pele.
Calas. Não consentes. Nunca consentiste.
Espero.
Deixas o silêncio propagar-se no espaço que nos separa. Deixas essa barreira calada se formar entre os nossos corpos cansados. Tão cansados.
Espero.
Este espaço mudo magoa-me os ossos. Os olhos. As dores.
Sinto o toque desses lábios vermelho fantasma. Nestes lábios desejosos do teu amor. Suspiras. Matas a espera com esse tempo vazio.
Vazia - espero.
A última semana em qualquer posto de trabalho é a pior. O tempo demora mais a passar, o tempo passa tão depressa.
Custa muito saber que é a última vez que....
Em todos os meus últimos dias tento sempre pensar em coisas boas. Mas, desta vez estou no último mês e está a ser difícil. Ok, os últimos seis meses foram difíceis. Contar o tempo, para chegar ao fim, ao mesmo tempo em que fingimos que não damos pelo tempo passar.
O fim. O fim que quero sempre acreditar que me vai levar a novos inícios.
Trabalho mais uma semana. Depois fico de férias até o fim do mês. Ficar de férias é bom, não fossem estas férias tempo morto que não me deixa trabalhar. Espaço nulo, tempo suspenso. Ainda tenho trabalho, mas não o tenho de facto.
Quero ter coragem para fazer coisas novas, experienciar novas coisas. Quero ter coragem porque me conheço e sei que os próximos meses não vão ser fáceis. Viver comigo e em mim não vai ser fácil.
Tenho olhado para tudo o que me rodeia como se fosse a última vez. Trabalhar tem sido assim, um dizer adeus a todos os segundos.
Hoje uma senhora disse-me eu era uma ótima funcionária. Um elogio que surgiu do nada. Que contagiou tudo.
Foi sempre esse o objetivo. Ser sempre o meu melhor em tudo o que faço. Toda esta viagem valeu a pena.
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