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Comprei o Morreste-me porque queria saber se minha dor era igual á dos outros. Queria saber se podia quantificar a dor dos outros e saber se pesa tanto como a minha. Achei que ler sobre a dor alheia seria o necessário para descortinar a mina, um bocadinho.
Escrevo-vos com a t-shirt completamente encharcada pelas muitas lágrimas que me caíram face abaixo. Doem-me os olhos e cabeça. Neste momento dou graças por este ser um livro pequeno em letras (tão grande em significado…).
Chorei desde a primeira até à última página. Doeu. Não só pelas palavras, pelas recordações.
Quando nos morre alguém há sempre o último, mesmo que não lhe tivéssemos dado importância quando ocorreu. Houve sempre o último beijo, a palavra, o sorriso. E, depois houve sempre o nosso último. A última vez que dissemos o que queríamos dizer…
A pele fria. O girassol murcho. O adeus. A terra. E o inverno imenso que se nos instala em nós. O mundo sem. O céu que finge ser o mesmo. O mundo que dizem ser o mesmo, mas que não é porque uma grande parte dele como conhecemos desaparece.
Fiquei sem saber se a dor que sinto é do tamanho normal. Igual á dos outros. Ou se é só minha, tanto minha… Mas, também não importa, vou carrega-la sempre. E chorar. E nunca esquecer. E, isso, vamos todos, independentemente do tamanho da nossa dor.
- Olha que a minha irmã é jornalista, dá-te cabo da vida e nunca mais serás ninguém.
Quem diz que os nossos pais são os nosos maiores fãs, não tem irmãos mais novos.
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