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Quando escrevo sobre as coisas torno-as reais. Antes disso são só ideias a navegar num mar agitado, por entre outras ideias, todas elas perdidas, todas elas confusas.
Fiz muitas coisas por mim, e só por mim, neste último ano. Agora corro. Mesmo sem saber como, mesmo que chegue a casa com os pés cheios de bolhas. Se me dissessem há um ano que ia correr, por vontade própria, mesmo que fique estupidamente ofegante depois de dois minutos, eu não ia acreditar.
Neste meu ano preocupei-me muito. Ando sempre preocupada. Com os outros, com o emprego, ou pelo não o ter. Com a família, com os blocos de notas que ainda não fiz, com as coisas que quero fazer. A pressa, sempre a pressa, em dias de andam em câmara lenta e preto e branco.
Escrever aqui, continua a fazer tudo mais real, tudo a três dimensões. Faz-me racionalizar mais, sentir de forma diferente e exteriorizar. Canalizar. Derreter.
Quero terminar aqui os 22. Em palavras, com calma. Com música de fundo.
Vim cá deixar as preocupações. Amanhã, os 23 saberão lidar com elas, agora vou festejar, sim?
Ela era o início e o fim. E o meio. E tudo. E nada. Mesmo que ela não fosse de ninguém.
Era o passado e o presente, sem saber se seria o futuro.
Era buraco negro e estrela cadente. E céu. E mar. Ao mesmo tempo-
Era cavalo, selvagem, fuga, dor, grito, suor e beijo. Ela era tudo e o fim. E nada, o nada de ninguém.
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