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Nunca tive vontade de fazer exercício. Sempre tive uns quilitos a mais e sempre tive pouco jeito para ginasticar. Aliás, nunca gostei de fazer exercício.
Desde que, na primavera passada, decidi começar a fazer longas caminhadas beira-mar muito mudou. Não mudei só porque o meu estômago pedia. Acho que todo o meu corpo ansiava por uma mudança.
Há umas semanas, dei por mim a fazer pequenos períodos de corrida durante o longo percurso que gosto de fazer. Não sei correr. Mexo mal as mãos e os braços. Sinto o corpo balançar de formas tão pouco naturais em mim, perco o folego cedo demais. Mas, resisto. Tenho que correr até ao próximo poste de iluminação. Só até ao final da rua. Depois ando, passo apressado, até deixar de ofegar.
Mas, o meu corpo, toda a vida preguiçoso, sente vontade de se exercitar. Esqueço tudo, penso em tudo e isso faz-me correr mais depressa. O meu corpo, tão desajeitado quando corre, sente os músculos gritarem de dor e prazer quando os estico. Os pulmões ardem, e o nariz gela, enquanto o frio me rodeia.
Claro que ainda abrando para tirar uma fotografia aquela árvore-que-é-linda ou aquela flor-raios-que-cor-é-aquela. Ou ao céu. Sempre.
Quando corro sinto-me tão perto e tão longe de mim. Por estes dias, encontro-me por ali – a passo apressado, com o cabelo a bater-me na cara.
Livre. Tão eu, tão outra.
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