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Um dia achei que o meu maior problema era o nono ano acabar. Depois foi quando acabei o secundário. Depois quando nos separamos. Depois achei que era encontrar casa. Ou viver sozinha. Depois foi o ter medo.
O mês passado achei que o meu maior problema era ela. Ou o silêncio. O que partilhamos.
Hoje deixo a minha cabeça vaguear pelas grandes questões. As fendas escuras e turvas que tento clarear quando o dia corre. Deixo o ar frio me gelar por dentro. Me deixar negra, dorida.
Não penso em ti. Não penso em nada. Penso em mim. Na promessa, na realidade, na dor que há entre a diferença das duas. Penso em mim com a vontade que tenho em esmagar as projeções.
Penso em mim. Enquanto a noite não chega, e me esqueço.
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