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A minha irmã custuma dizer-me que penso como um homem. Se ou demasiado prática. Sou sou muito preto no branco.
"Pensas como um homem, sentes como uma mulher".
Hoje andei a pintar os tetos toda a tarde. Sozinha. Em cima de um escadote, toda suja (aliás, eu tenho umas calças e uma t-shirt especialmente para o efeito). Com rolos, pincéis e todo o tipo de material especializado.
Acho que sou o filho homem que a minha mãe nunca teve.
Isto de que armar em artista é muito giro, mas já mal escrevo por causa das queimaduras de cola quente nos dedos.....
Pintei a cores as dores que a preto que tingem.
Arte. E a minha música favorita do novo cd.
Concorri a um concurso de escrita. Ganhei.
Em vez do prémio publicitado a "editora" pediu-me no mínimo 125€ para publicarem o meu texto (com cerca de uma página A4) e para o venderem o seu site (os lucros não seriam meus. A não ser que vendesse 200 unidades. Aí pagavam-me com 40 unidades do meu próprio texto. AH, e, se a coisa corresse bem, quando eu lhes transferisse os 125€ até me enviam 20 textos (meus) para que eu os vendesse e assim ficava tudo pago.)..
Depois, como respondi que não eram esses os prémios publicitados pela editora e que em momento algum se haviam referido ao pagamento de quantias parvas para uma publicação online e pseudo venda de um texto meu ao público, responderam-me de forma rude, e citando:
"A literatura também se rege com a lei de oferta e da procura. Escolhemos 10 autores, não temos qualquer garantia de venda. Que fazemos? Publicamos e passamos fome ou não publicamos? A Marina no seu trabalho não considera trabalhar gratuitamente, penso. Obrigado e lamento que alguns autores pensem que a arte tem de ser gratuita".
Olha só que ideia a minha! Ganhar um concurso e não querer pagar! Os senhores até estavam dispostos a dar-me 20 textos meus para que eu os vendesse porta-a-porta (o que é estupido, se eu quisesse vender um texto meu bastava eu imprimi-lo em casa e era-me mais fácil...). E, té me ofereciam 40 obras (minhas) por cada 200 obras minhas vendidas como forma de pagamento.
Como se 220 pessoas fossem comprar um texto dentro de um frasco por quase dez euros.
Respondi:
Não quero de modo algum que os senhores passem fome, mas também não comerão alimentando-se do meu sonho.
Se os senhores não consideram trabalhar gratuitamente, eu não tenciono pagar para trabalhar.
E, também lamento que os artistas paguem desta forma pela sua arte.
Rais'partam, pá...!
(A todos os que perguntaram, e para ninguém cair no conto do vigário, o nome da "editora" é Artelogy. Não paguem para escrever. A escrita é livre. Não deixem os vossos sonhos serem burlados.)
Mata-me. Se for para me matares, mata-me de olhos abertos. Quero que vejas os meus olhos enquanto me esvaio de vida.
Sempre que me amaste, fizeste-o de olhos abertos.
Então, se vieres para me matar, mata-me de olhos abertos.
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