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É difícil escrever quando esperamos que as palavras certas fluíam de nós.
Acho que me habituei a ter uma escrita fácil. Difícil, mas fácil de fazer nascer. Sempre quis ter muita coisa a dizer. Sempre quis escrever sobre amor. Ou sobre coisas boas. E, depois quis escrever sobre dor e morte e o negros dos fantasmas que às vezes me pairam sobre o peito. E, agora não sinto nada. Não escrevo sobre nada.
Gosto de pensar que tenho tendência para me esquecer das coisas más com facilidade. Gosto de pensar que só me lembro das coisas boas. Então posso dizer hoje, porque a dor de ontem já passou, que estou a viver um dos piores momentos da minha vida.
Ando a navegar num mar de cansaço. E sono. E dormência. E raiva. E gritos que mantenho abafados. E palavras que mantenho por escrever.
Tenho tentado lavar o coração pesado no mar gelado. Tenho tentado amparar o corpo com o sol que me queima a pele.
Tenho tentado organizar-me nos destroços que me forço a ser. Tenho tentado organizar a cabeça, enquanto faço o corpo correr pelas ruas quentes da vila. Imagino que em cada gota de suar me sai uma frustração.
Há sempre escuridão antes do amanhecer. Este é o meu mantra atual. Vou esperar pelo nascer do meu dia. Com menos calma que a necessária. Mas, vou esperar.
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