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Há muitos amores em cada vida. Amores muito diferentes uns dos outros. Com intensidades muito diferentes, com cores e sabores destintos.
Todos os amores doem muito quando morrem. Ou quando vão definhando. Ou murchando.
Todos os amores vão doer. Mais ou menos. Em parte, todos os amores vão doer tanto quanto os amamos.
Tenho uma dificuldade enorme em adormecer amores mortos. Não sei largar os meus cadáveres. Não sei sacudir os meus amores defuntos das costas do coração.
Queria ser a que ama menos. Não sempre, mas às vezes. Para ser mais fácil desistir. Para saber como parar. Para me doer menos deixar o passado no passado.
Carrego um cemitério de amores mortos ao peito. Tenho memórias doces de todos os meus amores. Mas, com o tempo tenho tendência a amarga-los porque não os sei lagar.
Às vezes convenço-me que tenho que os sentir para saber que foram reais.
Tenho um pacto de silêncio com os meus amores mortos. Não lhes falo. Sei que os tenho, sem eles saberem que me têm.
Há dias em que os meus amores, o que me morreram ao peito, tentam voltar. Voltar vivos desse campo minado onde os escondo. Em dias como esses voltam a doer-me tanto quando me dói a intensidade com que ainda os amo.
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