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Amaina-me o vento. Nascem-me as tempestades.
Sinto coração adentro que foi assim que nos ditaste o fim: em silêncio.
Não me lembro de nada que fosse fácil na minha vida. Nem as coisas que me deram especial gosto foram fáceis. Aliás devem ter sido essa as mais difíceis.
Não me importo. Custa mais, mas sabe melhor.
A minha vida sempre uma montanha russa. Já me habituei. Sei sempre que depois de um período na mó de baixo, mais cedo ou mais tarde, hei-de subir (e voltar da descer).
Hoje acordei às 5h da manhã. Calma, serena com o coração a bater suavemente.
Antes das seis estava dentro do carro a caminho do trabalho.
Já não tenho ataques súbitos de medo. E não me sinto na iminência de ter um ataque de pânico. Não me sinto descontrolada.
Sinto-me focada. Não me sentia focada há tanto tempo.
Estou assustada – claro que estou. Mas, estou em paz. Sinto-me leve. Ainda não sei se estou na plenitude da felicidade – nem sempre, nem nunca. Nem sequer sei se estou onde quero ou devo estar.
Mas, finalmente sinto-me bem. Sem mas e sem desculpas. Se virgulas. Bem.
É sempre tão difícil começar um trabalho novo. Ainda mais difícil quando nos apresentam um plano de formação em que ao mínimo deslize saímos fora do tapete.
Temos sempre que provar tanta coisa a tanta gente. Tanta coisa a nós mesmos.
Hoje já precisei que me dissessem em doses consideráveis que acreditam em mim.
Vamos a isto!
Vivemos num mundo horrível.
Roubamos, matamos e queremos mal uns aos outros.
Não ajudamos os outros. Aliás, somos contra quem ajuda. Usamos o facebook para dizer mal, para sermos reles, hipócritas, para negarmos os nossos telhados de vidro enquanto os expomos ao carregar no botão “publicar”.
Somos umas bestas. Somos tão bestas que condenamos todos com as nossas atitudes de bestas.
A Hungria fechou hoje as fronteiras. Fechou as fronteiras com arame farpado. Com polícia, com cães. Com merdas e idealismos. Com a barriga cheia de poder e arame.
O mundo, o resto do mundo, acha normal. Acha normal ou aplaude. Ou então até nem concorda, mas encolhe os ombros.
Não vemos ninguém a morrer à fome, não vemos o sacrifício de quem foge da guerra, da miséria. Achamos mal virem para a Europa. Que raio, vão lá para a terra deles.
Achamos tudo mal. Aliás, já vi emigrantes – que saíram do pais (onde que se saiba não há guerra) virem para as rede sociais serem contra os que fogem dos seus países, onde todos os dias acordar sem uma bomba ou com balas na cabeça é uma bênção.
Somos umas bestas. Somos tão bestas que condenamos todos com as nossas atitudes de bestas.
Somos tão bestas que fizemos do mundo um lugar horrível para se viver.
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