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Lidas com as tuas marés enquanto tento recuperar as minhas luas.
Concordamos não fazer perguntas. Dizias que as minhas palavras enxiam os espaços que querias guardar dos meus silêncios.
Nunca fui mulher de estar calada. Mas, amava-te e isso deixava-me sem querer quebrar o encanto que dizias tirar dos meus silêncios.
Queria perguntar-te se me amavas. Queria perguntar-te tantas coisas. Fiquei calada porque te amava.
Não sei como chegamos ao dia em que não tenho nada para te perguntar. Aos dias em que o silêncio entre nós é morto e não mágico. A estes dias. A este dia.
Às veze movo-me com a força da lágrima que não choro.
Neste Agosto não tivemos férias. Nas vésperas da partida o carro avariou, e no dia D eu tive uma entrevista de emprego que durou 8h.
Neste ano foi o mais confuso Agosto de sempre. A minha mãe foi operada e o meu pai nem um dia de férias teve. Não fui a Nazaré, nem a nenhum lugar-comum. Não descansei, não dormi na praia. Mas, para dizer a verdade eu nunca dormi na praia.
Continuei à espera. Tive sorte, cansaço e azar.
Em Agosto ainda não foi o meu tempo, mas foi quase.
Fiz amigos novos, fiz muitas flores, ofereceram-me uma máquina de escrever, fiz os 8km do Paiva, fui ao aquário e comi um gelado cheio de lactose e açúcar. Sai todos os dias para caminhar, para fugir ou para fingir que está tudo bem. Desenterrei amores, e tentei esconde-los novamente em um qualquer canto escuro de mim.
Entro em Setembro aos trambolhões, cheia de medos e esperanças. Que comece. Quero tanto que comece.
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