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Não tenho muito amigos. Já tive. Agora não tenho.
Tenho uma relação de amizade que transcende as barreiras da amizade comum e que dura, faz esta ano, vinte anos. Juntas já passamos por muitos altos e baixos. Estivemos sempre lá. Mesmo quando não tínhamos tempo, ou quando não era o tempo certo.
É difícil ser-se amigo de alguém. Muito difícil.
As amizades não têm contratos, papeis assinados, não se vai ao cartório, nem à igreja prometer amor eterno. Não se trocam anéis, nem se vestem fatos de gala.
Pelo contrário, na amizade vemos muitas lágrimas, muitos baixos, muitas coisas feias.
Poucos são os amigos que hoje conservo. As pessoas crescem, ganham vidas, novas relações e seguem outros caminhos e afastam-se. Não há culpas.
Lembramo-nos uns dos outros. Às vezes ligamos ou mandamos mensagem. Mas, não somos amigos. Já não. Fomos. Partilhamos anos de glória, gargalhadas e longas conversas.
Conheço muita gente. Estudei com muita gente. Vivi com outra mão cheia de gente boa de quem tenho saudades todos os dias. Mas, nem todos ficam.
Hoje tenho muitos conhecidos, uns quantos amigos, alguns deles com letra minúscula.
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