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Quer porque quer acreditar que pode. Quer poder.
A minha irmã está no baile de finalistas. E, eu estou prá'qui a sentir o peso da idade...
Não consigo conceber uma violação. Não consigo perceber as motivações, os desejos nem o prazer. Não percebo o que será bom em usar os outros. O corpo dos outros. Um corpo morto, de uma alma que vivia até aquele momento.
Não consigo conceber que uma criança de 16 anos seja violada. Que o corpo que ela não conhece seja roubado e maltratado em tão ínfima idade.
Não consigo conceber a que nenhuma mulher seja forçada a sexo. Ou ao que quer que seja. Não consigo conceber que os outros o concebam, que achem normal, que aplaudam.
Foda-se, e se fossem vocês? A vossa irmã? A vossa mãe? A vossa avó? Aquela miúda que vive no vosso prédio? A funcionária da escola? A padeira? Foda-se, e se fosse uma de nós? Também merecíamos? Também estávamos a provocar? Também estávamos mesmo a pedi-las?
Não posso gostar do meu decote? Não me posso valorizar? Porque tenho que esconder que sou mulher? Que estou viva? Porque a minha feminidade faz-me merecer que me violem?
Não consigo conceber as vozes que se calam e consentem. Foda-se, não consigo conceber esta merda.
São os dias sem escrever que mais me matam as palavras.
Fiz um teste de atividade comunicacional que visava perceber qual o meu estilo de comunicação.
De entre os estilos disponíveis, os meus resultados incidiram, em maior número, em comunicação assertiva e agressiva.
Fui questionada pela formadora sobre a minha opinião relativamente aos dados obtidos. Respondi-lhe que tinha feito o teste sem pensar, e que tinha seguido os meus primeiros instintos de resposta. Logo, não poderia desmentir o que meu cérebro sem filtrospensava.
Não me mostrei surpreendida.
Quando o foco saiu de mim, e passou para outro colega (menos agressivo. Em níveis percentuais, ganhei em larga escala de agressividade), e disse à V., a minha ponderada colega do lado:
“Eu sei qual é o meu problema. Não tenho paciência, nem tolerância para merdas... Ainda não pensei e já disse. Isto sim é o meu problema.”
Festejar a derrota do Porto na festa do Braga...
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