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Sou intransigente na minha vida pessoal. Sou exigente nas relações. Sou de poucas chances. Sou de cortes radicais.
Sou diferente no trabalho. Tenho mais paciência. Tento ser mais calma mais ponderada. Costumam dizer-me que sou boazinha. Não sou. Tendem a confundir distribuição de tarefas, divisão de responsabilidades como brechas. Não percebem que não preciso de ser mal-educada para mandar. Par saber mandar. E, que, pedir, também pode ser mandar, porque se exige a seguir.
Já estive do lado de lá. Sei que como não gostava de ser tratada.
O meu gerente novo acusa-me de defender demais as pessoas.
Numa das minhas crises de “levantar de tampa” em que me reúno com todos e gasto o meu latim mais incisivo já anunciei que, um dia, perco a humanidade e passo a ser como os outros.
Nunca quis amigos no trabalho. Mas, não vejo o propósito de ser causadora de guerras. Nem sempre sou cordial, mas ninguém me pode acusar de ser injusta.
Já perguntei, várias vezes, se os 100% que lhes devoto não são dignos dos 50% de cada um deles.
Não paro de me desiludir com os seres humanos. Não paro. A maldade. A sede de poder. A vontade de esmagar o outro. De o atingir, mesmo quando ele já está no chão. A mentira. O difamar. O apunhalar pelas costas.
O meu pai costuma dizer que um dia vou deixar de querer levar murros na cara. E tem razão. Também me pede para não mudar. E continua a ter razão.
Um dia destes, pediram-me para nunca deixar o trabalho me endurecer. Me turvar a visão. Me roubar os sonhos. O amor dos olhos.
Tenho visto e sentido na pele tanta maldade que esta luta entre quem sou e o que querem fazer de mim não é fácil de travar. Nada fácil.
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