Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Tenho uma enorme dificuldade em ser a Marina. Marina só. Sem cargos e tarefas.
Sem ser a Marina que gere. A que resolve, a do trabalho, a da família, a dos amigos.
A Marina cansada. A que devia ter namorado a que devia de ir aqui, sair dali.
Ser só eu é difícil. Cansativo. Obriga-me a pensar em tudo o que não gosto de ser quando sou as outras Marinas.
Escrever faz-me ser eu. E, ser eu é doloroso. É obrigar-me a focar, a escolher, a tomar opções.
Só queira ser eu – só eu, outra vez.
Estou a ficar gripada. Ora estou a arder de calor, ora parece que estou dentro de uma arca congeladora, a -20ºC, tal é o frio que tenho. Daqui a nada não paro de espirrar e mal abro os olhos cheia de alergias que ficarei. Adoro o outono. Os céus de outono. E diospiros. O verão deu-me forças novas. Agora preciso das meias quentes e das chavenas de café a fomegar. Anda lá outono, estou à tua espara.
Confessa as dores à chávena de café a escaldar que tem entre mãos.
Bebe-o lentamente como se as horas que avançam em tropeço não a afetassem.
Não percebe que, ao engolir aquele café, os mágoas voltam. De dentro para dentro, voltando a queimar tanto como a bebida quente.
Acabei de deixar a minha irmã em Vila Real.
Sinto-me tão cansada, quanto órfã.
Conto contigo real vida para continuares a tomar conta da minha menina.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.