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O mundo está a tomar um rumo assustador.
Não é só o Trump. Não é só o Bolsonaro. (O Ronaldo?.)
Não é só.
Somos todos. Todos nós.
Todos nós que não estamos a saber o que fazer com a liberdade que nos foi concedida - a tão suada, tão querida liberdade.
Então, escolhemos comprometa-la.
Apanhei uma virose. Ou então tive uma explosão de cansaço que nada teve a ver com bactérias e vírus (talvez seja eu o minha própria maleita).
Acordei, qual cana ao vento, cheia de tremores, suores, vômitos e dores musculares.
Eu sei...
Sei tudo. Penso muito sobre tudo o que me incomoda. Escolhi não escrever sobre, mas continuo a pensar.
Sei que trabalho demais. Sei que me comprometo a fazer demasiadas coisas. Que me envolvo demasiado. Que quero fazer tudo. Que expando sempre os meus limites. Mais um bocadinho. Mais um bocadinho. Só mais um bocadinho até o bocadinhos serem a anos-luz do meu limite. E, mesmo assim, arrasto-me só mais um bocadinho.
Tenho abdicado muito de mim. Tenho abdicado de tempo: pessoal familiar. Tenho deixado passar o tempo para relações, o meu tempo.
Deixei de escrever. Escrever é viver duas vezes. E, não estou a conseguir processar toda essa informação neste momento.
Há uns meses comecei a sentir-me mais confortável na minha vida. Mais resolvida. Principalmente no que ao trabalho diz respeito. Mais calma. Mais em paz.
Mas, há uma revolta que não adormece, uma chama que me percorre as veias, que me queima as entranhas.
Sinto-me exausta. Sinto-me arder.
Sinto vazio.
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