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A facilidade com que prendes o cabelo num apanhado perfeito no topo da cabeça. A facilidade com que pões pontos finais nas frases que ainda ninguém pensou terminar.
Sempre apreciei isso nas pessoas - a coragem.
Tenho a cabeça sempre desarrumada, um coração sempre em reboliço e a mente sempre inquieta. Os sonhos sempre no regaço, e as palavras na ponta da língua. Tenho muita vontade e muita pressa. Não faço muitos planos. E, acho sempre que não tenho tempo.
Tenho sempre uma lista de coisas por fazer, e sou demasiado transparente.
Digo sempre que não tenho mau feitio, mas isso nem sempre é bem verdade.
A alma essa, tenho está sempre livre. E pronta a improvisar.
Hoje faço 28 anos. Nunca estive tão certa de quem sou e tão incerta do que posso vir a ser - e, finalmente descobri que essa é a magia de estar vivo.
Não me ames - isso parece tão fácil e aborrecido,- alma-me.
Encontrar-te antes de me encontrar não permitiu que nos encontrassemos.
Este blog fez este ano 8 anos.
Tinha 19 anos quando o criei. Em 8 anos o mundo, tal como o conhecia mudou. Ou eu mudei e trouxe-o comigo.
Já chorei muito aqui. Já me deram muito colo neste espaço.
Já deixei de escrever. Já me enlutei pelas palavras que não conseguia pôr no papel. Já me doeu a alma aqui. E, para dizer a verdade, já me doeu a alma muitas vezes e não conseguia vir aqui.
Este é o lugar onde me sinto mais fiel a mim mesma. Este blog é a minha alma por escrito, pendurada numa cruzeta virtual algures na internet.
Amarra-te a quem puderes. Viver é isso mesmo. Laços e nós cegos , laçadas largas e estreitas. Fios de pesca e malhas grossas. Linhas e teias .
Mas, a alma não a amarres a ninguém. Deixa-a solta. Mostra-a sempre, mas não a trespasses com fios e cordas.
A alma nasceu para viver sem rédeas: selvagem.
Enquanto eu estava na procura incessante de mim, tu deixaste de me procurar. Na verdade, nunca cheguei a encontrar-te.
Levas a chávena à boca. Bebes um gole. Pequeno e curto. O café deve estar gelado.
Cruzo os braços. Devia ter trazido casaco.
- Não queres nada? – pergunta ele.
Olha, não sei. Sei lá eu alguma coisa… Queria tudo. Mas, às vezes não quero nada.
Estou cansada. Não consigo dormir. Quero escrever um livro, mas não escrevo nada. Percebes como é estúpido?
Quero casar contigo, mas nunca te disse que te amo.
- Pedes-me um café, por favor? Vou só á casa de banho.
E, fugi.
Sou das que fica.
Que grita e levanta os braços. Das que insiste mesmo quando doí muito. Das que pragueja e não chora . Das que se importa e luta.
E, meus caros isto tem tanto de poético como de estúpido.
A partir de hoje apenas sou responsável pelo que sinto.
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