As Mentiras Que Te Vou Contando....

Morreste-me ontem. Hoje à tarde, nos braços nus e cansados de me carregar.
Ou talvez me vás morrer agora, no regaço, enquanto te imploro por colo.
Todos os dias me morres vivo, e te sinto a ausência.
Morre-me a esperança sempre que, toco aquele cabelo branco que me nasce do cocoruto e minto, criança, dizendo que has-de voltar.

Em Janeiro este blog fez 9 anos.
Estes foram os 9 anos mais desafiantes da minha vida. Anos de crescimento, transição, negação, desafio, revolta e aceitação.
Escrevo para não me esquecer. Para me lembrar e para ficar mais cheia. Às vezes também escrevo para ficar vazia. Outras, estou tanto cheia ou vazia e não consigo escrever.
Este blog tem sido o meu escape, o meu porto seguro, de fuga e de rutura.
Não me lembro do tempo em que não tinha blog. Porque isso havia de ser um tempo em que tinha medo de me deixar ler.
Obrigada por me acompanharem neste carrocel, nesta grande montanha russa que é a vida do lado de fora do ecrã, e por, mesmo assim continuarem a arranjar tempo para cuidarem de nós, de mim e deste mentiras que é tanto meu como de quem o visita.
Aqui autodescubro-me a cada letra. Aqui conheci pessoas tão viscerais como eu, com almas cheias de abecedários lindos, e por inventar, que fazem parte da minha vida.
Sou muito grata e feliz por aquele dia em que, no chão do quarto, enquanto ouvia, demasiado alto, uma musica qualquer criei o blog.
Obrigada.

Numa altura tão complexa no que a movimentação, mobilidade e procura de melhores oportunidades noutros países diz respeito não posso deixar de amar o half time do super bowl.
Mulheres latinas no palco, a cantar em espalhol, bandeira de Porto Rico, junto com a americana.
O mundo é de todos, e  para todos.  Não há muros que mudem isso.
Acho fascinante em como a arte responde à intransigência e soberania descontrolada de quem acha ter tudo num bolso.