Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Não tenho que ir a lado nenhum, mas quero chegar a todos os lados.
Não me faças ser. Não sejas como os outros que me exigem mais do que tenho. Que me querem toda a paciência que possuo.
Não me faças perguntas, nem esperes que mude alguma coisa.
Assim me tens, se assim me quiseres.
Vou ser sempre isto: uma mistura de águas turvas e ventos que não amainam.
Só precisas de ser embarcação suficiente para me navegar.
- Não te preocupes - disse-lhe ela baixinho. - Também esperaste por mim quando desisti. Vou esperar por ti quando te sentires pronto para voltar.
Há uma semana regressava de Londres inconscientemente feliz
Tinha tido cuidados. Levava um gel desinfetante, e não vi um único frasco de álcool por lá. Haviam transeuntes com máscara, mas no total de quatro dias cruzamo-nos com não mais de cinco ou seis.
Ninguém parecia estar muito preocupado, por isso nós também não.
Aterramos no Porto, e ficamos só confusos porque embora tudo estivesse demasiado calmo, não havia o mínimo de cuidado.
A situação foi piorando. No trabalho instalou-se o caos.
Nunca tinha visto tamanho desespero associado a loucura e inconsciência.
Estávamos exaustos e na vez de nos protegermos, fizemos todos demasiadas horas de trabalho.
Nunca, em altura alguma tivemos tantos artigos esgotados. Também nunca nos sentimos tão inseguros e duvidosos na vida.
Neste momento estou em casa. Eu e metade da equipa. Daqui a duas semanas trocamos.
Não tenho sintomas, mas estou cheia de alergias e ligeiramente entupida (já fui assim para londres). Não sei nada.
Não sei para onde vamos. Não sei onde vamos parar. Como parar.
Estamos a viver, pela primeira vez um episódio que estará nos livros de história dos nossos filhos. Caso, um dia consigamos lá chegar.
Às vezes chego a casa guardo o coração numa caixinha e não abro a porta a mais ninguém.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.